sexta-feira, 20 de março de 2015

Nosso Propósito

Nosso Propósito*




A Liberdade entra no campo do jornalismo para falar por si mesma porque ela não encontra ninguém disposto a falar por ela. Ela não ouve nenhuma voz que sempre a defenda; ele não conhece nenhuma caneta que sempre escreva em sua defesa; ela não vê nenhuma mão que sempre se levante para vingar as afrontas contra si e reivindicar seus direitos. Muitos alegam falar em seu nome, mas poucos realmente a entendem. Ainda menos têm a coragem e a oportunidade de consistentemente lutar por ela. Sua batalha, então, é dela própria para empreender e vencer. Ela a aceita sem medo e com um espírito determinado.
Sua inimiga, a Autoridade, toma muitas formas, mas, em termos gerais, seus inimigos se dividem em três classes: primeiro, aqueles que a abominam tanto como um meio quanto como um fim do progresso, se opondo a ela de maneira aberta, manifesta, sincera, consistente, universal; segundo, aqueles que professam acreditar nela apenas como um meio de progresso, mas que aceitam-na apenas contanto que pensem que ela será útil para seus próprios interesses, negando ela e suas bençãos ao resto do mundo; terceiro, aqueles que desconfiam dela como um meio de progresso, acreditando nela apenas como um fim a ser obtido após primeiro pisar nela, violá-la e ultrajá-la. Estas três fases de oposição à Liberdade são encontradas em quase toda esfera do pensamento e da atividade humana. Bons representantes da primeira são vistos na Igreja Católica e na autocracia Russa; da segunda, na Igreja Protestante e na escola de Manchester de política e economia política; da terceira, no ateísmo de Gambetta e no socialismo de Karl Marx.
Através destas formas de autoridade, uma outra linha de demarcação corre transversalmente, separando o divino do humano; ou, melhor ainda, o religioso do secular. A vitória da Liberdade sobre o primeiro foi praticamente atingida. No último século, Voltaire colocou a autoridade do sobrenatural em disputa. A Igreja tem declinado desde então. Seus dentes foram retirados e, embora ela pareça ainda mostrar aqui e ali sinais vigorosos de vida, ela o faz na violência da agonia de morte sobre ela, e logo seu poder não mais será sentido. É a autoridade humana que, daqui em diante, deve ser receada e o Estado, seu órgão, que no futuro deverá ser temido. Aqueles que perderam sua fé em deuses apenas para colocá-la em governos; aqueles que deixaram de ser adoradores da Igreja para se tornarem adoradores do Estado; aqueles que abandonaram o papa pelo rei ou czar, e o padre pelo presidente ou parlamento,- de fato mudaram seu campo de batalha, mas são, não obstante, inimigos da Liberdade ainda. A Igreja se tornou um objeto de escárnio; o mesmo deve ser feito com o Estado. Alguns dizem que o Estado é um "mal necessário"; deve ser tornado desnecessário. A batalha deste século, então, é com o Estado: o Estado, que avilta o homem; o Estado, que prostitui a mulher; o Estado, que corrompe as crianças; o Estado, que algema o amor; o Estado, que sufoca o pensamento; o Estado, que monopoliza a terra; o Estado, que limita o crédito; o Estado, que restringe a troca; o Estado, que dá ao capital ocioso o poder de aumento e, através de juro, aluguel, lucro e impostos, rouba o trabalho industrioso de seus produtos.
Como o Estado faz estas coisas, e como ele pode ser impedido de fazê-lo, a Liberdade propõe mostrar em mais detalhe daqui em diante, ao perseguir seu propósito. Basta dizer agora que o monopólio e o privilégio devem ser destruídos, a oportunidade proporcionada, e a concorrência encorajada. Este é o trabalho da Liberdade, e "Abaixo a Autoridade" seu grito de guerra.

* Saudação da Liberty

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